FESTA DELLA LIBERAZIONE

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Caríssimos irmãos do Reino da Itália!

É com grande emoção que eu vos escrevo nesse dia tão particular, tanto pessoalmente, quanto mundialmente.

Mundialmente porque estamos todos envoltos pela dramaticidade do aterrorizante COVID-19 que tem tirado tantas vidas de forma brutal e silenciosa sem ao menos dar a oportunidade que possa dar adeus aqueles que se vão tendo em vista que a grande maioria dos mortos acometidos pelo vírus terminam suas vidas entubados em alguma Unidade de Terapia Intensiva. Mas, também, porque hoje, 25 de Abril de 2020 é o feriado da Festa da Libertação da Itália. Também conhecido como aniversário da resistência, é o dia de comemorar o fim da dominação nazista na Itália durante a 2ª Guerra e também o fim do regime Fascista de Benito Mussolini.

Com a aproximação das forças aliadas, no dia 25 de abril de 1945 o Comitê de Libertação Nacional Alta Itália (CLNAI) convocou a insurgência em todos os territórios italianos ocupados pelos nazifascistas. Todas as forças partidárias da resistência italiana deviam atacar os fascistas e as guarnições nazistas. A chamada surtiu efeito e em 1º de maio de 1945 toda a Itália estava livre. Milão e Turim foram as cidades libertadas no dia 25 de abril.

A libertação da Itália colocou fim a 20 anos de ditadura e a 5 anos de guerra. Em 22 de abril de 1946, por proposta de Alcide di Gasperi, o Rei Umberto II decretou a criação do feriado da festa della Liberazione. E desde então, todos os anos o dia 25 de abril é o dia do aniversário da Libertação da Itália.

No dia 25 de abril, os italianos saem às ruas para homenagear os líderes e soldados, chamados “partegiani” que lutaram pela democracia. Cortejos cortam as ruas das cidades para depositar coroas de folhas nos monumentos, entre outras atividades e comemorações. Aqui em Turim, na noite de ontem, dia 24, houve uma vigília no centro da cidade e hoje durante todo o dia acontecerão homenagens, além dos cortejos.

Creio que seja justo recordar que em minha primeira passagem como cidadão do Reino micronacional da Itália eu escrevi, no ano de 2017 um artigo falando exatamente dessa data tão importante para a República da Itália. Um anos depois, em 2018, exatamente no dia 25 de Abril tive a grande oportunidade de estar em Roma e ter justamente ido até o “Altare della Patria” prestar homenagem a minha querida Itália país onde, como muitos outros, nasceu meu querido avô. Hoje, dois anos após minha visita a Cidade Eterna, cá estou eu novamente na Itália macro e micro. Desta vez, na macro, estou no Sul, onde o COVID-19 tem atingido a população de forma menos brutal, cruel e covarde.

A história da Libertação do povo italiano das garras do Regime Fascista e do Nazista constitui uma das mais belas e apaixonantes das páginas de nossa contemporaneidade. Essa paixão e esse amor dos italianos por sua terra é mundialmente conhecido. Eu só não imaginava que era algo tão magnífico e contagiante.

Estar na Itália, morando com italianos, já anciães, que, portanto, viveram o dia da Libertação, é uma oportunidade única em minha vida. É como se eu também revivendo esse momento histórico único. Não estamos passando por uma Guerra propriamente dita. Mas estamos e continuaremos sofrendo os efeitos de uma Guerra. Não somente no que toca às limitações sociais. Mas, porque, muito certamente, viveremos um período de recessão econômica e, talvez, até de crise. Mas, para além do aspecto puramente econômico, que por si só é digno de relevância, temos os demais efeitos, possíveis e imagináveis. Uma coisa é quase consenso. O mundo está diante de um período de mudanças que podem ser tão ou mais importantes como os sofridos a mais ou menos 75 anos atrás quando terminou o Segundo Conflito Mundial. Quando, como e para qual direção essas mudanças irão certamente não tenho a menor idéia. Mas é certo que posso e pretendo tomar parte nesse processo. Pretendo ser protagonista a exemplo dos italianos de 75 anos atrás: com alegria, simplicidade e responsabilidade.

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Viva l'Italia!


Viva i partigiani!

Obrigado pelas palavras de encorajamento, Maestà!

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