SOBRE O SENADO REAL ITALIANO E AS ELEIÇÕES

Hoje eu e o Dalecio estavamos discutindo sobre a criação de uma Comissão Eleitoral Independente. Esta consistiria em uma comissão composta por um membro de cada partido político, por um candidato independente e um súdito, que seria sorteado e pela Magistratura, que seria a responsável por tomar as decisões.

E aí, o que acham? Opinem!

Murilo,

Como expliquei no chat do Reino, é louvável a idéia de maior engajamento político por parte do povo italiano. E, como disse, nada impede que membros de partido, bem como independentes e o povo em geral, venham a se reunir e juntar esforços para poder melhorar o quadro político do Reino.

Entretanto, não é papel da Magistratura intervir neste sentido. E estarei até cometendo um atrevimento aqui, com todo o respeito, nem a Coroa. Não cabem nem à Justiça Italaina e nem à Coroa indicar pessoas para ocupar cargo. E quanto à Magistratura, ela nem deve e nem seria saudável que ela tivesse o poder de designar este ou aquele, atribuindo ao cidadão responsabilidades eleitorais.

Antes que este diálogo enverede para as complicações comuns, quero chamar a atenção de vocês para o fato de que, na verdade, não precisamos de mudar sistema, nem de criar cargos. Não, não é isso que precisamos. Estou falando isso pois, sempre que surge um problema político a primeira idéia é, não sei por que motivos, criar novos cargos e mudar sistema.

Mas eu enfatizo que não é disso que precisamos, não temos que fazer estas coisas pois elas só burocratizarão e nada resolverão de fato. Pois, o problema que temos é falta de engajamento político. E engajamento político só se resolve com compromisso individual de abraçar a política. É algo de todos, individualmente. O que precisamos é de candidatos engajados, que não abandonem seus mandatos. Precisamos de povo consciente e votante, que compareça, que cobre de seus candidatos, que vote neles. E nenhum destes dois problemas será resolvido criando novos cargos e mudando o sistema, qualquer que seja.