Avola Games

Hoje inauguramos o mais novo programa noturno de Avola, o Avola Games, que vem para falar sobre jogos, vídeo-games, antigos e atuais... Comentar, especular, falar da história e de assuntos relacionado ao mundo dos jogos eletrônicos.

Neste programa inaugural vamos aproveitar para falar de um assunto sempre complicado para os jogadores brasileiros: os valores dos produtos eletrônicos e jogos. No Brasil, vídeo-games sempre foram caros! E não só eles, o Brasil é caracteristicamente reconhecido pelos altos valores de serviços e produtos ao mesmo tempo que apresenta os mesmos com pouca qualidade. A grande verdade é que, no Brasil, sempre se vende o mínimo pelo máximo, desde força de trabalho até... games!

Para termos uma noção histórica da situação dos preços de vídeo-games vamos fazer uma breve análise dos valores de venda que foram praticados no Brasil para alguns vídeo-games antigos e os valores pagos enquanto salários mínimos nos mesmos anos.

Pois bem, no Brasil tudo é caro! E quase tudo que é caro possui baixa qualidade. No caso dos vídeo-games, eles possuem a mesma qualidade de qualquer outro lugar do mundo, e talvez por isso o “preço-brasil” tenha os colocado como “campeões” de preços! E se enganam aqueles que apontam o dedo torto para os impostos e acham que eles são os únicos culpados. Apesar de realmente impactarem, os impostos possuem fortes aliados como o “fetiche de mercado” que imbui status nos itens fazendo com que as pessoas acreditem que é “chique” pagar o máximo pelo mínimo. Ou, pagar caro para se sentir “exclusivo”, pensamento herança de nossas raízes elitistas e coronelistas! O Brasil não possui um povo que deseja que todos tenham, no Brasil, todos querem ter só para si, e assim se sentirem superiores. Os impactos no mercado deste pensamento é profundo e vem desde o início “dos nossos tempos econômicos”.

Especificamente sobre vídeo-games, vamos a uma breve análise de preços:

Console: Atari, custo de referência no ano de 1983 era de Cr$ 119 mil (cento e dezenove mil cruzeiros). O valor do salário mínimo aproximadamente no mesmo mês (em 1983 tivemos dois valores para salário mínimo, estou citando o do início do ano) era de Cr$ 34.776,00! Era preciso quase quatro salários mínimos em 1983 para se conseguir comprar um vídeo-game.

Mais alguns exemplos:

Console: Master System, custo de referência no ano de 1989 era de NCr$ 3,5 mil (três mil e quinhentos cruzeiros novos). No mesmo ano existiram 9 valores de salário mínimo, dos quais o mais alto foi de NCr$ 788,12.

Console: Super Nintendo, custo de referência no ano de 1993 era de Cr$ 25.000,00. No mesmo ano a média de salário ficou por volta do Cr$ 12.000,00 (mais um ano com vários valores de salário mínimo). Vale lembrar que o Meda Drive teve preço de referência no ano de 1990 de Cr$ 70.000,00.

Console: Nintendo 64, custo de referência no ano de 1996 foi de R$ 659,00 (e finalmente chegamos no Real, depois de Cruzado, Cruzeiro, Cruzado Novo, Cruzeiro Novo, URV...) E na ocasião o trabalhado recebia R$ 112,00 de salário mínimo mensal! Quase 6 salários mínimos para comprar um vídeo-game! É brincadeira? Não, é Brasil!

Atualmente um console da geração atual, um Xbox One custa em média R$ 1.600,00, e um Playstation 4 tem preço médio de R$ 1.800,00 enquanto o salário mínimo é de R$ 880,00. Encontrando um preço bom, e fazendo uma “forcinha” vão “apenas” dois salários para comprar um console atual! Claro, sem jogo e com apenas um controle!

A possibilidade de aquisição de consoles mudou muito dos anos oitenta para cá! Como dito, hoje com dois salários mínimos se consegue comprar legalmente um console da geração atual. Em outros momentos eram necessários três, quatro, cinco... até seis salários mínimos para comprar um vídeo-game! O impactante é lembrar e considerar que preços de bens mais importantes como fogão, máquinas de lavar e geladeira acompanharam uma variação semelhante e hoje são muito mais accessíveis que há duas décadas atrás.

Video-games sempre foram caros no Brasil, mas tudo sempre foi caro no Brasil, pois a base salarial vem do pensamento escravocrata de pagar sempre o mínimo pelo máximo de serviço executado enquanto os preços dos bens pretende cobrar o máximo pelo mínimo entregado. É nitidamente um pensamento escravocrata de “pagar” ao escravo o mínimo possível para sua sobrevivência, e, neste sentido, inviabilizar lazer e educação.

Agora que sabemos o motivo dos nerds terem que trabalhar tanto! Afinal vídeo-games, jogos, controles, quadrinhos, livros, colecionáveis e internet custam absurdos no Brasil!

Espero que tenham gostado, no próximo programa um “review” sobre um console no final de sua geração, e as considerações sobre investir ou não seu dinheiro no próximo console da Nintendo!

Vida longa e próspera!

Está ai algo interessante, jogos.

Estou terminando Far Cry 3, dessa vez no modo ''difícil', e refaço a pergunta do Vas:
Já lhe contei qual é a definição de Insanidade?

"Alguma vez eu já te disse que a definição de insanidade é... a insanidade é... fazer exatamente as mesmas coisas várias e várias vezes, esperando que isso mude. Isso é loucura. Mas a primeira vez que alguém me disse isso, não sei, pensei que era sacanagem e então eu "boom" atirei nele. Mas a questão é que... ele estava certo!... - por Vaas Montenegro

Nossa sociedade é mestre em sustentar esta definição de insanidade, é ela uma sociedade que sonha ser "evoluída" e "melhor" mas sustenta os meios de construção social desde o século XII! Na nossa política por exemplo, vive dos meus bordões e elegendo pessoas por músicas, e quer um resultado diferente.

Eu sempre disse que as pessoas, em sua maioria, são mesmo insanas e precisam de tratamento severo! Mas dizem que sou "ditadora" ao proferir esta ideia...

Bom, sobre novos textos, ele virão em breve, estou pensando em uma análise sobre o Wii U agora em seu final de vida e o que talvez esperar co NX.

Tente abordar o fim do Xbox 360 e o assentamento obrigatório do Xbox One.