Nobiliarquia

Fiquei curioso para conhecer a parte da Heráldica do Reino, vi alguns brasões e achei bem diferentes! Quem é o responsável pela heráldica aqui? Há alguma regra? Sobre as famílias como funciona?

Sua Graça, Conde de Torres Novas

Sou o Rei de Armas do Reino da Itália, o Duque Líryan Kawsttryänny Umbrio de Avola. Estarei respondendo inicialmente às suas perguntas, caso outras venham a surgir não êxite em perguntar, estarei à disposição.

Iniciei o projeto de construir uma arte heráldica para o Reino da Itália há alguns, anos. No início do projeto foram feitos apenas alguns brasões imediatos e bastante simples. Apenas para suprir uma imediata necessidade estética. Entretanto, meu projeto sempre foi, na verdade, construir uma cultura heráldica própria para o Reino.

Quando comecei a pensar em uma arte heráldica para o Reino da Itália eu já conhecia alguma coisa de heráldica micronacional. Mas não era meu desejo buscar reproduzir heráldica italiana. Ao estudar um pouco sobre heráldica (e estou longe de ser conhecedor nesta área) eu observei que cada cultura heráldica (macro) tinha o objetivo de diferenciar sua nobiliarquia, seus clãs. Em algumas se encontra alguns tipos de esmaltes, noutras outros, as formas dos escudos se modificam, algumas regras se modificam, enfim, é uma manifestação cultural. Então surgi com a proposta de: não reproduzir ou buscar reproduzir a heráldica macro e, no lugar, construir um sistema de regras próprias para o Reino da Itália, voltadas para nossas necessidades, possibilidades criativas e estéticas.

E é justamente por isso que nossos brasões são realmente muito distintos dos demais. Em homenagem à Itália macro eu optei pelo modelo “Cabeça de Cavalo”, e também por acreditar que ele se distinguiria e nos daria uma “identidade”. E com isso comecei o trabalho.

Possuímos sim, diversas regras para a nossa arte heráldica, que aqui chamamos de “Araldica”. E algumas destas regras são bem inusitadas. A minha proposta dentro da criação de regras era romper um pouco com algumas coisas que vi em regras de heráldica, afinal, estamos construindo nossa cultura e não penas a espelhando, e portanto nossas regras partem da premissa de atender nossas necessidades. Sei que isso desagrada muito tradicionalista, mas o que não os desagrada? Sei que muitos vão olhar um escudo nosso e vão dizer que não é heráldica. Eu concordo que não seja reprodução de heráldica, mas, é nossa criação cultural heráldica, própria, ítima...

Sobre nossas regras, primeiramente. Nossa heráldica possui três “níveis” de escudos. Isso foi criado pois eu queria que nossa Araldica, além de separar nobres e famílias, pudesse dar identidade a cada um dos nossos súditos. Pensei em um campo de batalha medieval para isso. Apesar de existirem as famílias, clãs, nobres... Cada um dos indivíduos possui sua espada, seu escudo, e se identificam com isso. E pensando nisso como um motivador nossa Araldica começou com o “Escudo de Súdito”. O escudo de súdito é a arma que todo e qualquer súdito tem direito e será a base para inserir suas “conquistas” e sua história construída no Reino. E já dentro do escudo de súdito eu pensei que nossas armas deveriam ser “práticas”. Ou seja, ao olhar uma arma, e conhecendo nossas regras, ela tem que ser suficiente para mostrar o símbolo pessoal representante do indivíduo, a família a que pertence, se é líder familiar, que títulos de nobreza possuiu até o atual, se é cavaleiro...

Então surge o escudo de súdito, um escudo simples que nos mostra o símbolo pessoal, a família a que pertence, o mote individual e traz obrigatoriamente o ramo de oliveiras, que marca o súdito como “novato” digamos assim. Ou alguém que iniciou sua história. E apesar de termos um vasto leque de esmaltes que se baseiam nos esmaltes mais tradicionais, há um limite deles. E seus significados também.

Acima do escudo de súdito vem o escudo de cavalaria. Ao se tornar “cavaleiro” em qualquer de nossas ordens: Garibaldi, Palermo ou Atividade, o súdito passa ter este Escudo de Cavalaria (pois construiu esta história). Marcam o escudo de cavalaria: se perde os ramos de oliveiras, insere-se o metal “Ferro”, o elmo específico de cavaleiro e a coroa também específica de cavaleiro. Ao escudo são inseridos dois símbolos: o símbolo da ordem de cavaleiro e o grau conquistado e a coroa. Insere-se a Espada, símbolo do comprometimento para com o Reino e a Medalha.

E, quando o súdito é agraciado com um título nobiliárquico, ai perde-se o metal “Ferro” que passa ser, para nobre, “Cobre” ou “Prata”. Temos também o “Ouro” mas este é exclusivo à família real. Além da mudança de metal, de elmo, e paquifes (temos um paquife para cada título nobiliárquico) são incrustados rubis no escudo, em posições que indicam o título Nobiliárquico. Acrescenta-se também os suportes e bandeiras. Os rubis incrustados nos escudos também marcam quem é o Líder familiar (nesta condição podendo aparecer nos escudos de súditos), se é Rei de Armas, se é Imortal da Academia Italiana de Letras. E temos por fim a pérola que é incrustada na parte de baixo do Escudo, próxima à borda, que tem como significado uma década de atividade no Reino da Itália como súdito.

E por fim, sobre a família. Como disse, o símbolo na parte inferior do Escudo identifica a família. Por exemplo, no meu escudo, no campo de assinatura, poderá ver (ainda que pequeno) uma Fênix nesta parte inferior, é os símbolo da Família Umbria, todos que forem desta família possuirão a mesma fênix ali.

Atualmente estou, justamente, atualizando nossas Armas, de maneira que, peço que nos perdoe caso alguma ainda não esteja compatível com a atual realidade do súdito. Nossa Araldica também contempla as Comunas, para as quais existem um tipo específico de escudo com suas regras. E os Ministérios, também com regras específicas. E por fim, há o elemento do Ramo de Ouro, um círculo de ramos dourados que fica atrás do escudo e identifica quem é o Magistrado Maior do Reino da Itália.

Ao dispor.

Alteza Duque d'Avola, muitíssimo obrigado pelos esclarecimentos. Achei bem interessante esta forma de organização da araldica (como se usa aqui no Reino) Italiana. Uma espécie de hierarquia (se é que posso chamar assim) em cada elemento simbólico. Isso não foi pensado em lugar algum no micronacionalismo (salvo engano). Agora pq em alguns brasões há suportes como por exemplo os cavalos em cada lado do escudo e outros não? Alguns tem até uma bandeira, tem uma simbologia especifica ou serve apenas como um adorno estético?

Conde de Torres Novas

Até onde conheço também não sei de uma estruturação no micronacionalismo como há aqui na Itália, creio ser inédito.

Sim, é uma espécie de hierarquia se pensarmos bem. Quando uma pessoa faz o juramento e se torna súdito passa a ter o direito ao Escudo de Súdito. Se é ativo, a própria ordem de Atividade o tornará Cavaleiro em algum momento. Ou se tornará cavaleiro por Garibaldi (ao trazer novos súditos ao Reino) ou por Palermo (por realizar atos relevantes ao Reino). Ai passa a "cavaleiro" e "sobre um degrau nos escudos". Se continuar ativo e atuante desenvolvendo bons projetos, passa a ser nobre e ter, por fim, o Brasão completo.

Os suportes são componentes dos Brasões de Nobres. Somente há suportes para os que são nobres. Nossos títulos nobiliárquicos são vinculados a Comunas. Por exemplo, quando me tornei nobre, recebi o título vinculado à Comuna de Avola. Quando isso acontece, na nossa Araldica, passa a se criar uma Bandeira para a Comuna. Assim como um Escudo específico para a Comuna.

Na formação do brasão do nobre, surgem então os suportes, que geralmente vão possuir algum significado ligado com as Comunas, por exemplo, no meu há dois Grifos, Avola é cheia de Grifos! (parte de nossa cultura). E estes suportes surgem junto com as bandeiras. Um do lado da bandeira do Reino e outro do lado da bandeira da Comuna. E como os suportes são animais que participam da história cultural mítica da comuna, e como esta história cultural é criada pelo súdito que é o Nobre na Comuna (também juntamente com sua família e demais moradores se eventualmente existirem) nós passamos a ter um leque de animais/suporte que estão vinculados com o simbolismo da Comuna.

E também, por este motivo, por ser algo simbólico da Comuna, que existe a opção de fazer os animais com algum "realismo". Se observar bem nosso animais aparecem com detalhes, uns mais, outros menos. Mas, que buscam fugir daquela cor "chapada". O objetivo disso é justamente compor aquele animal fantástico que é parte de uma cultura da comuna. E não apenas a forma do animal. Com se em Avola realmente tivessem grifos, e em Roma leões, os leões ruivos de Treviso, e assim por diante.

Havendo também uma relação entre o animal e o Escudo Ministerial. Nos escudos Ministeriais, assim como também, o símbolo na parte de baixo de um Escudo Ministerial é o símbolo pessoal daquele que ocupa o Ministério. Por exemplo, se eu ocupasse a vaga de Ministro da Imigração, na parte inferior do Escudo estaria o "Fogo" que aparece no centro do meu escudo. Como o Ministro é S. A. R. Jardel Pellegrini, o símbolo na parte de baixo do Escudo do Ministério da Imigração, é o Leão, símbolo pessoal de S. A. R. Jardel.

E sobre as bandeiras das comunas elas surgem no momento da dação de titulação nobiliárquica. Então cada bandeira carrega em si parte daquele que recebeu o título. Como cores, símbolos, significados que esta pessoa traz para a Comuna em que passa a ser Nobre.

Caso tenha mais perguntas, fique à vontade! É um prazer responder e falar um pouco de nossa história e cultura.

Muito interessante essa organização da araldica italiana. Totalmente diferente do que eu vejo realmente por aí.
Você quem pensou nisso tudo sozinho? Se for, está de parabéns, tem uma criatividade e tanto! Agora vou dar uma visita nas Comunas para ver como funciona a atividade regional Italiana. Em Reunião temos grande dificuldade de gerar uma atividade regional. Quem sabe aqui no Reino da Itália venha alguma ideia interessante!