REFLEXÃO, POESIA E MÚSICA

DA PALAVRA AO SILÊNCIO


Falar, escutar e gesticular constituem os primeiros atos da comunicação humana. Sem emitir a fala, sem decodificar o som, sem decifrar o gesto e sem ler o signo não acontece nem a comunicação nem o entendimento entre os comunicadores. Assim, o pressuposto básico do ato de comunicar exige expressão, seja ela verbal ou não verbal. Além de outros signos, a palavra é um exercício genuíno para externar o sentimento e o pensamento.

O agir comunicativo para atingir sua meta deve sempre desembocar numa ação interativa de trocas de falas ou de gestos. Porém, a comunicação para ser legítima e emancipadora não pode ser monolítica, onde só haja emissor sem receptor.

O falar do emissor não pode encobrir ou desconsiderar o receptor. Entre os falantes há dois elementos fundamentais: o momento da fala, a emissão do verbo, e o momento do silêncio, a escuta re-criativa do verbalizado pelo parceiro da fala. Assim, o consenso interativo entre falantes segue um ritual e um itinerário, da palavra ao silêncio.

O silêncio não significa assunto encerrado ou vazio de palavras, mas ruminação do falado e do escutado. O silêncio verdadeiro acontece quando ainda há muito a ser falado, mas que é necessário calar para ouvir. O silêncio é a substância da vida interior. E só consegue vida interior quem é capaz de interiorizar a palavra num silêncio criativo e germinador de novas palavras. A palavra não é fruto de ruídos caóticos e nem é gerada no barulho.

O barulho não faz bem e o bem não faz barulho. Há necessidade de silêncio e superação do barulho que afeta e atinge a todos, corporal e psicologicamente. Um corpo e uma mente barulhentos são caminho aberto para obscuridade cognitiva de toda ordem de entraves. No barulho não se consegue falar, e muito menos escutar. Na atualidade há uma procura frenética pelo silêncio ou pelos espaços de silêncio. Fugir dos ruídos e dos “choques” físicos é o que mais se procura no cotidiano.

O vai-e-vem das pessoas, quase sempre numa corrida asfixiante para chegar na hora marcada e evitar o atraso do cumprimento da agenda, faz a vida girar e desdobrar-se em duas dimensões: a aceleração e a velocidade. Num ritmo assim não há palavra comunicativa, e muito menos silêncio criativo. O que se percebe são pessoas ofegantes e apressadas, sem tempo para receber e sentir a ressonância de sua palavra, quando ela é dirigida a outra pessoa. A aceleração gera a velocidade, que é a supressão do espaço e o encurtamento da distância, para sempre “ganhar” mais tempo, impedindo o encontro real, o olhar afetivo e a ralação do face a face. Nesta velocidade, tudo fica efêmero e passageiro.

Majestade,

é uma produção conjunta com um colega.
Tenho alguns textos guardados, que aos poucos vou publicando.

Att

Amigos,

coloco aqui uma reflexão sobre o caminho que a humanidade está trilhando. Migrações, perseguições, falta de senso de justiça, falta de amor e dedicação ao "irmão", indiferente da religião ou filosofia de vida que seguimos.

Este espaço aqui é aberto para todos que quiserem refletir sobre algum assunto pertinente para a nossa sociedade, especialmente no campo da filosofia, musica, poesia, história, cultura em geral.


Bom proveito!!!