CARTAS AO REI DA ITÁLIA

Majestade, fico grato e honrado. Guardo estas palavras com tão grande estima quanto a admiração que tenho por Vossa Majestade e os amigos do Reino. Sinceramente, o Reino da Itália já deixou de ser para mim um hobbie e passou a ser uma comunidade da qual me orgulho em compor e conviver. É uma honra saber que Vossa Majestade conta comigo e quero honrar esta confiança, é um prazer.

Majestade, meu pai S.A. Neimar, demais autoridades e cidadãos italianos.

Quero pedir desculpas por todo o desconforto dos últimos dias e por fim a eles nesta carta.

Infelizmente, as palavras escritas nem sempre refletem fielmente nossas intenções e sentimentos, principalmente quando que escreve e quem lê são latinos, tão culturalmente acostumado a gestos e expressões não verbais.

Neste ambiente interpretações equivocadas, controversas e contraditórias são comuns e muito bem vindas, desde que tratadas de forma cordial, inteligente e progressiva.

Lamentavelmente não foi o que ocorreu no episódio em que estive envolvido. Quero deixar claro a todos que não me senti ofendido por ser contrariado ou criticado. A ofensa acontece quando somos julgados, debochados e provocados gratuitamente. Todos podem notar que quando exponho uma opinião, tento fundamentá-la com uma reportagem, um vídeo ou algo do tipo. E recorrentemente tenho sido respondido com calúnias, provocações gratuitas, sem a construção lógica de um argumento que fundamente aquela crítica.

Não se trata de opinião, é o respeito. Não existe debate quando uma das partes está interessada apenas em calar e desqualificar outra. Aliás, nesse sentido os debates políticos prestam um desserviço.

Minha permanência no Reino tornou-se delicada não pelo fato de um ou todos não gostarem da forma com que penso, mas na indisposição em ouvir buscando algo de bom. Não houve um se quer que pudesse não defender meu ponto de vista, mas dizer "deixe o homem dizer o que pensa"... A micronação reproduziu fidedignamente algo terrível da macro: o juízo de valor. Fui ofendido e desrespeitado, meus posts foram grosseiramente sabotados, esparramaram grosserias e zombarias sobre meus posts e ninguém fez nada.

Confesso que tal inércia da Coroa e da sociedade italianas me causaram tristeza. Partir me causa tristeza. E agora tenho esse dilema.

Gostaria de pedir a Vossa Majestade que viabilizasse, por meio de sua diplomacia a minha estada em Reunião, como súdito deste Reino, para que assim, permaneça no Micronacionalismo e um dia, possamos superar esta questão.

Peço aos meus amigos italianos que observem este exemplo, que não permitam no futuro desta micronação ou do Micronacionalismo que alguém seja ofendido, rejeitado, desqualificado ou desrespeitado por suas crenças, suas opiniões ou posições políticas. Peço que se manifestem de forma estadista, democrática, justa e igualitária buscando sempre argumentar, compreender e respeitar, rechaçando todo e qualquer autoritarismo.

Obrigado por tudo até aqui, um abraço!

Poucas coisas são mais constrangedoras do que reconsiderar uma decisão depois de tê-la afirmado com veemência. Ser um homem orgulhoso, vaidoso e arrogante é uma delas.
"Na multidão de conselhos há sabedoria" dizem as Sagradas Escrituras em seus provérbios, e aqui eu "ouvi" conselhos unânimes no sentido de que eu estaria exagerando na dose e que não haveria necessidade de partir.

Na semana que se foi voltei a pesquisar, visitar e estudar outras micronações, encontrei poucas que se assemelhem a esta. O sistema monetário e o sistema de fóruns são exemplos de diferenciais que fazem da Itália modelo raríssimo no micronacionalismo. Essas vistas tem sido inspiradoras, mas tanto pelas características políticas quanto pelas referências pessoais adquiridas aqui, não sinto-me pronto a dizer que encontrei um novo lar.

Confesso que ficar significa ferir meu orgulho, mas partir apenas em nome do orgulho não seria uma atitude inteligente, nem tão pouco cristã. Curvo-me ante estas circunstâncias na esperança de que estejam certos aqueles que me aconselharam e de que não paire nenhum estigma e possamos prosseguir e suprimir quaisquer acontecimentos desagradáveis e suas repercussões.

Agradeço todos pela paciência, pelo respeito e quero renovar meus votos de cidadania italiana.