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AAH - Clube de Debate Político
- Miguel Aldobrandeschi (MiguelSobrinho)
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Recentemente o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, soltou a frase que eu considero a mais vergonhosa que esse atual governo já soltou. Quando questionado sobre o cancelamento da última propaganda do Banco, o presidente soltou a seguinte frase:
"Durante décadas, a esquerda brasileira deflagrou uma guerra cultural tentando confrontar pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens, homo e heterossexuais etc, etc. O ‘empoderamento’ de minorias era o instrumento acionado em diversas manifestações culturais: novelas, filmes, exposições de arte etc., onde se procurava caracterizar o cidadão ‘normal’ como a exceção e a exceção como regra”
Essa frase me traz automaticamente duas reflexões:
1º. Qual o motivo do empoderamento das minorias trazer tanto temor ao atual governo? Ao que tudo indica, ele trata esse empoderamento como colocar as minorias um degrau acima da massa dominante e não em posição de igualdade como deveria ser.
2º. Quando ele decide taxar alguns cidadãos como "normais", automaticamente ele trata o outro lado como anormais. E aí, pelo menos pra mim, deixa mais claro que quem deflagra a guerra cultural entre pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens, homo e heterossexuais são eles, justamente tentando separar os normais dos "anormais".
Essa frase me pertubou demais, e olha que teoricamente faço parte dos "normais", já que sou homem, hetero e branco. Só não me enquadro no Rico rsrsrs...
Trago esse quadro para opinião de vocês.
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- Líryan Umbria (liryan)
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1 – Em grande parte o empoderamento trás uma revelação sobre a situação vivida. A mulher, quando empodera, revela e trás à tona toda a violência que sofremos. Física, sexual, psicológica... Violências que sempre existiram passam a ser conhecidas pela sociedade (que as ocultava) e assim passam a incomodar. Especialmente, passam a incomodar o “conforto” das “pessoas de bem”. Lembra quando tudo era corrupção? E as pessoas estavam incomodadas, pois é, não se fala mais em corrupção no país né? Ela acabou?
Desta forma o temor do empoderamento vem no sentido dele revelar o que existe, e sempre existiu, enquanto violências contra as minorias. E isso, especialmente a grupos religiosos, assusta né? Como você tem uma sociedade cristã e esta sociedade também é uma das que mais mata mulheres, estupra, desfigura... mesmo “sem pensamentos fundamentalistas” declarados? Gera a primeira crítica: para que serve então ser uma sociedade cristã? Aqui, temos que ter em mente, que nossa sociedade é a da “fé paga”, medieva... E as pessoas são realmente estúpidas! Os homens (generalizando para a maioria ok?) são realmente violentos, assédio é toda hora! Inclusive aproveito para fazer uma pergunta reflexiva a vocês: quantos de vocês, homens, já pegaram uber ou taxi e os motoristas ajustaram o retrovisor para ficarem olhando vocês enquanto tentavam puxar assunto sobre tudo quanto é coisa? Ou, quantos já tiveram a preocupação de colocar um sutiã só para colocar o lixo para fora, pois se for sem vai ser vista como "um pedaço de carne"?
O empoderamento não só revela estas atitudes como as condena e começa a buscar soluções para elas. E isso incomoda o “nicho social” de comando e venda “de fé” a que faz parte o governo atual.
Ainda, se você tem diversidade, você tem “DIVERSIDADE” ou seja, de pensamento, de crença, de cultura, de postura... E grupos de comando e domínio não querem isso, pois quando mais uniforme o rebanho, mais fácil de lidar com ele. Quanto menos crítico o homem mais se pode cobrar pelo rancho no paraíso.
2 – Duas coisas: a questão abordada sobre Foucault, onde se critica a normalidade, enquanto a violência contra a mulher for “normal” ela passa batida. Enquanto a exploração do negro for “normal” ela passa batida.. E, a banalização do mal no pensando da Arendt: se homossexuais não são “normais” eles podem ser açoitados. Pois os “normais” é que vão para céu. Enquanto a mulher trans é “aberração” ela pode ser usada e morta, ou seja: é normal aceitar que mal realizado a minorias “passe batido” pois a minoria “não é normal”. A minoria é pecadora, é aberração, é escrava, é obscena... E enquanto é isso, a maldade a ser feita está validade por força do discurso maior e da normalidade contida no opressor.
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- Samuel Cintra (murtagh)
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É difícil acrescentar algo após a fala da Duquesa, me representa em todos os sentidos.
É importante analisar sua pergunta em uma ótica da Ciência Política, não apenas da Sociologia, apesar de se complementarem como Ciências Sociais.
Este Governo que foi representado pela fala do Presidente do Banco é um governo com contornos demagogos, é uma política de orientação oficial que indica isso e aquilo para ser dito e definido como mode de gerir e gestar as políticas públicas em seu modo de Governar o Brasil.
Seria irresponsabilidade minha dizer que a sociedade brasileira é em sua maioria preconceituosa e conservadores, inclusive sem medo de generalizar, a observação geral é essa, somos assim e passamos a aceitar essa condição nos últimos tempos, é por isso que homens brancos e héteros como você são capazes de enxergar essas anomalias na Sociedade.
O Governo do Bolsonaro é um governo que vai trazer esse pensamento que a Duquesa exemplificou.
Para este governo é ruim e perigoso para seu projeto de poder trazer pensamentos de críticas sociais, sobre classes e diferenças.
Além dessa visão política, existe uma movimentação para reafirmar os conceitos e visões que o Governo representa, logo, é preciso negar que mais campanhas evoquem a crítica ao pensamento social, que mais pessoas como eu e você, brancos, héteros e homens possamos entender que existe sim uma desigualdade que atinge todas camadas e formas de interação social.
Ou seja, em resumo coloquial:
O Governo se sustenta com essas porcarias de conservadorismo, porque tem conservador demais apoiando eles, e para garantir o aumento e manutenção dessa base de apoiadores, eles evitam provocar a sociedade e refletir. Impedindo os conservadores possam refletir e se tornarem mais conscientes dos problemas sociais.
O pior problema é que negar e fingir que não existem, não fará com que os problemas evaporem, e mais e mais pessoas vão sofrendo do que já sofrem e se acrescenta o descaso do governo, que deveria cuidar deles e de todos da mesma forma.
Antigo Césare Bórgia =D
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- Líryan Umbria (liryan)
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Onde entra este recorte: “Seria irresponsabilidade minha dizer que a sociedade brasileira é em sua maioria preconceituosa e conservadores, inclusive sem medo de generalizar, a observação geral é essa, somos assim e passamos a aceitar essa condição nos últimos tempos, é por isso que homens brancos e héteros como você são capazes de enxergar essas anomalias na Sociedade.” Com o qual eu concordo absolutamente!
Apesar de que para falar melhor disso seria necessário recortes de segmentos de população que sofrem com preconceito, não é uma sociedade em sua maioria monstruosa. O problema, do qual nos alertou Arendt, é que uma pessoa comum, não monstruosa, é completamente capaz de cometer atos hediondos se eles estiverem “validados” por uma ordem, ou por uma moral, ou um pensamento religioso a que se dispõe seguir. Aqui é que se revela o grande problema do caráter autoritário do governo, e de seus ideais.
E aqui vou entrar numa situação curiosa da amplitude do preconceito em movimento que foi a questão do comercial do BB que foi barrado. Para quem vê o comercial, é meio assustador que ele tenha sido barrado, uma vez que sequer faz alusão a temas “polêmicos”, não há nada de trans, ou de homo, ou algo “mais condenável” pela moral religiosa. O que há no comercial são: negros, jovens, pessoas tatuadas. Qualquer coisa fora disso não é possível ver no comercial pois, para se ter alusão a homo, tem que ter um mínimo de afeto entre duas pessoas de mesmo sexo, para sugerir uma interpretação. Para se te alusão a trans, é necessário uma declaração da pessoa, pois não tem esta de “olhei para uma pessoa e vi que ela é trans”, isso não existe! Então se teve uma censura a um comercial que tinha apenas e somente: negros, jovens e pessoas com tatuagens.
Saiu uma alusão à trans no comercial pois foi dito que há uma pessoa trans que trabalhou no comercial. Bom, volta ao caso de não se poder apontar uma pessoa como trans, por sua estética, e soma ao fato de que a gente nunca sabe quem trabalha ou deixa de trabalhar nos comerciais, se o diretor é gay, se a produtora é lésbica, se o maquiador é nada... O que sugere ainda que a coisa é mesmo mais feia do que já demonstra ser horrorosa!
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- Samuel Cintra (murtagh)
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Que aliás já teve uma passagem aqui, certo?
www.docdroid.net/zJZyhJ8/neomicronacionalismo-uma-analise.pdf
Neomicronacionalismo, uma análise.
Por Oscar, Sua Majestade Imperial e Real, Oscar o Primeiro, pela Graça de Deus, Imperador da Kárnia e Rei da Rutênia, Rei da Bessábia, Rei de Acrin,Rei da Horvácia, Szolnók, Geza, Letíngia, Escândia, Rei de Jéstia, etc.; Arquiduque da Kárnia, Grão-Duque de Gaussland, Caledônia; Duque de Ladislávia, Hoheneinsamkeit, Weißeswasser, Csorna, Chedowski, Balaton; Grão-Príncipe de Karcag, Margrave de Luftrein, Duque de Persenburg, Götzödorf, Mohács, Pannonhalm, Podenbrad, Gyalla, Oswiencin, Zallanta, Cieszpreg, Fertodin, Rugoz, Árpád; Conde Principesco de Bihar, Tamaz, Koberg, Gerizia, Grevênia; Príncipe de Thomaz-Rocha, Bersód; Margrave da Alta e da Baixa Lusícia; Conde de Heves, Feldkirchenberg, Brevento, Szentes, etc.; Senhor de Fürstenbergserdboden, Kazin, etc., etc. etc..
O que acham disso?
Antigo Césare Bórgia =D
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