Cronache d´Avola - Texto Político

O que pretendo quando digo que a democracia não é o sistema perfeito, vendido de maneira inescrupulosa por diversas mídias mundo afora é levar os demais a reflexões que possam, então, levá-los à construção de idéias que lhes possibilitem tanto produzir uma democracia efetivamente funcional quanto elaborar melhores sistemas, politicamente idealizados.

Ao longo dos anos a democracia vem sendo colocada como o melhor dos sistemas políticos, e isso, em parte, se dá pela atuação de países que se entendem dominantes e também por fracassos históricos de outros sistemas. Muitos destes sistemas, que ao longo da nossa história mostraram-se indevidos para conduzir das sociedades humanas, na verdade, sofreram pelos erros humanos, e não por defeitos estruturais do sistema em si. A saber, não existem sistemas melhores ou piores, há apenas sistemas diferentes, adaptados a condições históricas e culturais diferentes.

Não é, entretanto, o escopo deste sucinto texto tratar destes sistemas. Talvez, quem sabe, abordar estes sistemas nos aconteça num futuro qualquer. Aqui, o interesse é dizer ao leitor que a democracia, este sistema que atualmente governa a maior parte das nações do mundo e todas as mais expressivas, atuantes, não é a coisa linda e maravilhosa que dizem e, tão pouco, é um sistema que se sustenta.

Na democracia, como sabido, o ponto fundamental é o exercício do poder manifestado pela maioria. O Estado democrático elege pelo voto popular os representantes de seu povo, e nesta simplicidade, eis o cerne do regime, e o motivo pelo qual, encostado nos ideais de liberdade, tal sistema encontrou grande aceitação mundial. Contudo, exatamente esta alma democrática requer a atenção daqueles que vivem sob este regime, pois é o que marca a maior dificuldade de se ter uma democracia realmente democrática, funcional e atuante, não só para a maioria das pessoas mas também para todas. No que se exprime as liberdades e as necessidades, bem como distribuição de renda equilibrada, aplicação de recursos a todas as áreas, manutenção de todos os sub-sistemas e assim por diante. Até que toda a sociedade possa sobreviver com todas as suas diversidades, culturais, filosóficas e sociais de maneira igualitária.

É vital compreender, para um exercício pleno de democracia, que para que a democracia seja efetiva e funcional, todo o povo votante deve ser, acima de tudo, esclarecido, instruído, culto, politizado, letrado e, ainda, competente na capacidade de discernir sobre os seus semelhantes e diferentes, respeitando-os de igual maneira.

Nos, deste maravilhoso Reino da Itália, vivemos sob o sistema da democracia, e para tanto necessitamos para construirmos para nós mesmos um Estado melhor, nos tornarmos esclarecidos, instruídos, cultos, politizados, letrados e, acima de tudo, competentes na capacidade de discernimos sobre as necessidades daqueles que nos são iguais e diferentes, respeitando-os em igual teor e possibilitando suas manifestações culturais, filosóficas e sociais.

Para a democracia é vital entendermos que devemos, sem exceções, nos inteirarmos de nossa política, que temos, enquanto povo, o dever, e não só o direito de acompanhar os trabalhos que acontecem no Senado. Casa aberta a todos deste Reino em uma prova da liberdade que aqui existe. Precisamos compreender o peso e a importância de nosso voto, acompanhar nossos políticos, estudar a nossa política e nossas necessidades, precisamos nos inteirar de nossas leis, e de nossa Carta Magna. Temos que saber como tudo funciona para podermos cobrar, de nossos políticos, as ações mais precisas. E para podermos nos tornar políticos precisos. Eis o impasse da democracia, pois a mesma liberdade que dá ao povo o poder de elevar ao Poder, o escraviza na responsabilidade de instruir-se em como atuar e lidar com este poder, bem como escolher seus representantes legais.

É fundamental, para se construir uma democracia funcional que todos os cidadão se ocupem, também, da política, da constituição. De observar, criticar e atuar sistematicamente nos partidos que escolhem, de fiscalizar seus candidatos e observar o que se passa na política que existe para a construção de um Estado voltado, não para a maioria, mas para todos.


Por: Líryan Kawsttryänny Umbrio
Em: Avola, 03 de março do oitavo ano

Caríssimo amigo, Duca d'Avola (Líryan, pros "de casa")

Seu texto é excelente. Me faz pensar e refletir sobre minha vida aqui no Reino e no micronacionalismo.
é possível viver esses valores, basta-nos a união de esforços e viver plena mente a democracia.
O trabalho é de todos e em prol de todos!

Não esqueça da promessa... hahaha quero ver o Crônicas d'Avola sempre ativo e forte.


Att.

Agradeço a todos os votos e fico contente que estejam gostando do texto e dessa nova "face" do Crônicas, agora, Cronache d´Avola. A idéia, atual, é justamente manter a revista. Ainda mais agora com esta "intimação" do Folha, que aliás, tem os melhores textos micronacionais que se lê em toda lusofonia.

Mantendo a revista o projeto incial é relançar aqui no fórum aqueles textos do antigo Crônicas, e sempre buscar intercalar um texto com uma curiosidade ou mítica de Avola. Para tratar de assuntos sérios e ao mesmo tempo levar aos cidadãos um pouco mais sobre Avola, um pouco mais sobre as possibilidades que nos proporciona esta fantástica atividade.

Aproveito ainda para fazer uma pequena correção no texto, na pressa errei o título. Onde se lê "Cronache d´Avola" abaixo do logo da revista leia-se "Democracia funcional" que é o título deste pequeno texto.

Mais uma vez obrigado e conto com os senhores leitores nas próximas edições!

Arrivederci.

Muito me alegra em ver que o Crônicas de Avola ou melhor Cronache d´Avola tenha retomado as suas postagens, nunca é pouco poder ler bons textos. Já estou ansioso pela próxima edição.

Att.