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QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA

  • Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia)
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12 Dez 2013 17:38 #21451 por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia)
Respondido por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA
Minha contribuição!! :laugh: :laugh:


MINEIRO não mente: Só que é MUITO criativo...

Um mineiro, lá de Curvelo, tinha 11 filhos, precisava sair da casa onde morava e alugar outra, mas não conseguia por causa do monte de crianças.
Quando ele dizia que tinha 11 filhos, ninguém queria alugar porque sabiam que a criançada irá destruir a casa e ele não podia dizer que não tinha filhos, não podia mentir, afinal, os mineiros não podem mentir.
Ele estava ficando desesperado, o prazo para se mudar estava se esgotando.
Daí teve uma ideia: mandou a mulher ir passear no cemitério com 10 dos filhos.
Pegou o filho que sobrou e foi ver casas junto com o agente da imobiliária. Gostou de uma e o agente perguntou quantos filhos ele tinha.
Ele respondeu que tinha 11.
Daí, o agente perguntou:
- Mas onde estão os outros?
E ele respondeu, com um ar muito triste:
- Estão no cemitério, junto com a mamãe deles.
E foi assim que ele conseguiu alugar uma casa sem mentir...

A inteligência faz a diferença. Não é necessário mentir, basta escolher as palavras certas



Aoo trem bão sô!

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  • Fernando Orleans (fernandoorleans)
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13 Dez 2013 12:50 #21475 por Fernando Orleans (fernandoorleans)
Respondido por Fernando Orleans (fernandoorleans) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA
EXERCÍCIO EM BAIANÊS – OPUS I

por Cid Teixeira

Nestes tempos computadorizados da comunicação de massa, em que a escolha de um simples vocábulo na redação de um texto de publicidade é objeto de complicados e eruditos estudos de “marketing”, nestes tempos em que as pessoas, inconscientemente, já conduzidas pelo “merchandising”, se esmeram em falar como o artista da novela da moda, ou com a inflexão do noticiarista mais ouvido na televisão, não vai mal que se lembre que aqui na Bahia já tivemos uma língua própria, um falar específico.

Não falo do “sotaque baiano” tão específico e tão peculiar que, também, vai se perdendo na aldeia global. Falo de palavras. De significações, de sobrevivências arcaicas, de assimilações de estrangeirices, de locuções com significado específico, só inteligível por gente local. Sobretudo da capital e do Recôncavo.

Era o tempo em que as pessoas se moravam junto umas das outras, não era no aptº 204, ou no aptº 702, eventualmente se encontrando no “play-ground”. Simplesmente moravam AO PÉ, e se eram realmente amigas, SE DAVAM MUITO LÁ EM CASA. Com discrição. COM MUITO MODO, até porque uma pessoa de respeito NÃO ERA DE FICAR PRA BAIXO E PRA CIMA CHEIA DE QUI QUI QUI CÁ CÁ CÁ. Claro que se havia alguma novidade, não faltava quem FICASSE NUMA LIDA, PRA DENTRO E PRA FORA PARA SABER DO QUE SE PASSOU. Os mais espertos, SABIDOS COMO ELES SÓ permaneciam BEM DO SEU, embora não deixassem de estar COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA, esperando que alguém lhe contasse tudo TIM TIM POR TIM TIM.

O assunto podia ser qualquer: o TANGOLOMANGO DE ALGUM NOIVADO (também… com um BANGALAFUMENGA DAQUELES…), o agravamento da saúde de alguém que não se livrava daquela MACACOA que acaba virando DOENÇA INCRUADA. Ou podia ser que alguma vizinha já tivesse SE DESCANSADO e estivesse COMENDO GALINHA. Neste caso não era preciso esperar muito. Logo se ficaria SABENDO AO CERTO, quando um portador viesse avisar que havia MAIS UM CRIADINHO ÀS ORDENS. E os mais DESENSOFRIDOS logo perguntavam: QUAL É A SUA GRAÇA? Não era, entretanto de bom tom, embora precedido da desculpa: AINDA QUE MAL PERGUNTE. Isto era coisa de gente DESASSUNTADA, porque os outros se davam por cientes e FICAVAM QUIETOS QUE NEM TOUCINHO NO SAL.

Ninguém falava em traumas de infância, bloqueios mentais e outras psicologias. O que muita gente tinha era mesmo CALUNDU propriamente dito. Ou, então, AMANHECIA NOS AZEITES ao ponto de fazer os moderados TREMEREM AS CARNES, embora se esforçassem para não serem NEM SAL NEM PIMENTA, deixando pra lá as APERRIAÇÕES dos CHEIOS DE INHACA. Quem estivesse VENDENDO AZEITE ÀS CANADAS que SE FICASSE PRA LÁ.

Uns meninos ou umas meninas mais SEM MODOS PEGAVAM DESENCLAMADOS a alguém e faziam uma MALINAGEM qualquer. A vítima era aconselhada a TOMAR TENÊNCIA enquanto o autor ou autores, NEM COMO COISA, ficavam na verdade esperando a REBORDOSA que viria na certa. Se o castigo era oral, podiam contar que iam ficar MAIS RASOS DO QUE O CHÃO até porque não se deve XUETAR (ou CHUETAR?) de ninguém. É MELHOR PROCURAR O QUE FAZER. Mas havia sempre uns da PÁ VIRADA que passavam o tempo todo COMENDO DA BANDA PODRE: vivendo DE CANTO CHORADO. Embora muito pai e muita mãe ou não desse ouvido ao que lhe chegava dito pelos ONZE LETRAS ou, no fundo, não passassem de uns FREI TOMAZ QUE NEM TUDO QUE PROMETE FAZ.

Às vezes, uma surpresa. Alguém que VIVIA COM UMA MÃO ADIANTE OUTRA ATRÁS, de repente, APARECIA NO TRINQUE. E que, diziam logo as más línguas, tinha APROVEITADO ENQUANTO BRAZ ERA TESOUREIRO. Mas, logo acrescentavam os maus falantes: UM DIA VAI DAR COM OS BURROS N’ÁGUA. Isto faziam os maus falantes. Aqueles que OUVIRAM CANTAR O GALO MAS NÃO SABIAM ONDE.

Em vez de se METEREM NAS ENCOLHAS, como manda o bom senso desde O TEMPO EM QUE BERTA FIAVA e NÃO SE DAR POR ACHADO.
Éramos assim, falávamos assim. Mesmo quando BISPÁVAMOS alguma coisa de fora, conservávamos a nossa individualidade.
Claro que não é da nossa competência, nem do nosso propósito estudar linguística tendo mais quanto esta ciência tem entre nós o trabalho realmente universitário de quem já se ocupou com o “Atlas prévio dos falares baianos”.

Apenas estamos REZINGANGO. Apenas lembrando (com alguma tristeza) o quanto vamos, a cada dia, perdendo em identidade própria. E, por mais verdadeiras que sejam as teses da “aldeia global”, de MacLuhan, a verdade é que a nossa rendição cultural tem sido a preço muito baixo. E, dizendo isto não estou DESCOBRINDO O MEL DE PAU, pois não sou nenhum MITRADO QUE ENTENDA DO RISCADO. Mas é força reconhecer que populações muito mais atingidas em seus valores (e o exemplo da Suíça é clássico), longe de perdê-los, cada vez mais os afirmam.

USEIRO E VEZEIRO na referência ao passado desta terra, é com espanto que vejo desaparecer a sua fala própria. Que outros NÃO ESTEJAM PELOS AUTOS. Comigo, porém, FIA MAIS FINO. Espero, aliás, que este exercício comova alguns que queiram contribuir para o seu prosseguimento. Mandada que seja a contribuição não teremos qualquer dúvida em publicá-la. Isto é o que vos promete, aqui, ESTE SEU CRIADO MATIAS.


SMR Louis-Philippe II Orleans-Umbrio MacLogos Pellegrini 
Rei da França
Barão de Muggia, etc, etc, etc

Cavaliere dell´Ordine di Garibaldi
Cavaleiro Comendador da Real Ordem Italiana da Atividade Micronacional
Medalha da Ordem do Grifo no grau de Grão-Cavaleiro de Avola
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  • Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia)
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13 Dez 2013 14:02 #21481 por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia)
Respondido por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA
Sinceramente, essa Bahia é um paraíso de cultura viu!
Gregório de Matos, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e Myrian Fraga!! Só coisa boa!

Mas segue o causo mineiro ai :cheer:
O Prefeito e a Providência

Prefeito de Tabuí era uma negação. Nenhum progresso trazia pra cidade que parecia caranguejo. Só ia pra trás. Entrava ano, saia ano e Tabuí continuava na mesmice de sempre. Nas redondezas aquela terrinha começou a ser chamada de "já teve". Já teve campo de futebol, já teve rodoviária, já teve escola municipal boa, já teve zona decente...
Um dia prefeito recebe uma reclamação:
- Sô prefeito, o teto do grupo caiu!
- Que grupo, meu fio?
- O grupo, sô prefeito! O grupo escolá! L'adonde a gente aprende a lê!
- Ah, bão! Dexa comigo que vô tomá providência!
Tomava providenciamento nenhum. Esquecia. Ia pra casa, escondia dos problemas e não dava mais o ar da graça.
- Prefeito, a ponte do corgo seco quebrô!
- Quebrô? Pode deixá! Vô tomá providência!
- Prefeito, a gente picisa duma iscola no Pindura Saia! Dá um jeitinho!
- É cumigo memo! Vô tomá providência!
Povo foi ficando chateado. Nervoso. Revoltado até com o descaso do prefeito. O homem não queria nem saber quem lustrou as costas da barata e nem quem botou fogo no inferno. Vivia encafuado dentro de casa. Vez ou outra é que apontava o nariz. Bastava ouvir reclamação sumia de novo. E ainda dizia que ia tomar providência...
O caso ficou mais sério no dia da enchente. Rio Sorongo não deu conta de segurar aquele aguão todo dentro das suas caixas. Entornou água na metade da cidade. De quebra lavou tudo no cemitério. Era defunto boiando, esqueleto escorrendo rua a fora, caveira descendo ladeira abaixo... Tanta mortaria pelas ruas que arrepiava até cachorro vira-lata. O defunto da gorda Dorotéia, enterrado dois dias antes do dilúvio, deu o maior trabalho pra ser encaixado de novo na sua última morada. Continuou teimosa na morte como o foi em vida. E o prefeito dizendo:
- É comigo memo! Deixa que tomo providência!
Povo desorientado resolveu tirar o desgramado do prefeito de dentro do seu esconderijo. Alguns cidadãos mais indignados invadiram a casa da autoridade. Tava lá o homem, num quartinho dos fundos, só de cueca, cercado de garrafas vazias, num porre danado e tomando mais uns goles de Providência, a famosa pinga do vale do Sorongo.

Aô pinga boa!

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  • Marli Bionaz (Marli)
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13 Dez 2013 17:24 - 13 Dez 2013 17:27 #21488 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA
Oxi! que é esse negócio tá ficando muito bom! :cheer:

Para não ficar de fora, lá vai um causo pernambucano:

Milonga
de Itamar França

Milonga é doidinho e vive catando coisinhas no chão, na cidade de São José do Egito e ninguém (nem ele mesmo) lhe sabe o nome, ou de onde veio.

Mulato e baixinho, tem o tipo físico dos habitantes da zona canavieira de Pernambuco, lugar de onde acham que ele veio.

Solícito, não é homem para negar um mandado a ninguém, por isso, um lhe dá a roupa outro a comida e assim vai tocando a sua vida, debaixo da benevolência e da imensa piedade de Deus.

Otacílio era um rapaz ainda muito novo, quando morreu de um “sucesso”.

Uma “Lazarina” de cano fino, uma medida de chumbo seis, outra de pólvora “Elefante”, duas buchas de corda bem vaquetadas, uma espoleta “Pica-pau”, e um garrancho que bateu na queixa da espingarda, que era “muito doce” (espingarda doce é aquela que dispara com muita facilidade e que a gente conduz com muito cuidado, nos braços, assim como quem carrega roupa engomada), promoveram o tiro que lhe varou a titela.

O que foi uma pena pois era um rapaz muito moço ainda.

Como ninguém tinha coragem de dar a notícia ao seu avô, já velhinho e morando a uma certa distância, Milonga se encarregou de ser o emissário de tão triste novidade .para o coitado que era louco pelo neto a quem chamava de Tercílio por que não conseguia pronunciar-lhe o nome corretamente.

Lá vai Milonga cumprir a sua missão macabra... Encontra o velhinho, sentado numa espreguiçadeira, na sala da casinha onde morava, conversando com as suas “apragatas”, assuntando coisas da vida, sem importância.

Milonga, sem “arrodeios”, botou a cabeça na janela e foi logo anunciando a tragédia:

– Seu Chiquinho, sabe Tercílio, seu neto ?

– Sim, o que foi que houve?

– Morreu! – Morreu dum tiro de espingarda, lá nele, bem na caixa dos peitos!
O pobre não se conteve:

– Ah meu Deus, meu neto morreu e eu não quero mais viver, eu quero ir junto com ele!, Eu quero ir pro céu com ele!

Milonga, que a tudo assistia impassível, foi providencial:

– Apois ”côide” logo, seu Chiquinho, que já tão fechando o caixão!

*****


MARLI BIONAZ
Ex-Presidente da Associação Feminina de Micronacionalistas
Ex-Amazona da Real Ordem da Atividade
Sempre Súdita da Coroa Italiana :D
Comuna de Treviso
"Vita, pax et virtuti"
Last edit: 13 Dez 2013 17:27 by Marli Bionaz (Marli).
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13 Dez 2013 18:35 #21489 por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia)
Respondido por Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia (Césare Ulhoa del Cintra e Bórgia) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA


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