Consulta Pública 02/14

Verdade... concordo com as questões levantadas por você. Não é só criar por criar a eleição do Premier. O primeiro passo a ser tomado seria definir as delimitações do cargo, além de colocar a possibilidade do Rei nomear o Primeiro Ministro de acordo com a situação. Quanto ao sistema eleitoral, é uma coisa que já estamos debatendo com a intenção de reformular, tanto para as eleições do Senado quanto para o do Premier.

Miguel,

Uma das questões que temos e que virou uma de nossas mazelas é o fato de nos atropelarmos. Veja bem, ainda se está a pensar em solucionar o sistema eleitoral. Acontece que enquanto o sistema eleitoral tiver as falhas que tem, toda e qualquer proposta relacionada à eleições, como a coisa do Premiere, vão sofrer do problema de serem observadas a partir de uma perspectiva de um sistema falho.

Ai entramos na situação de que, a "base" nosso sistema eleitoral, não vai bem, e sem corrigir isso esta-se a falar de aumentar prazos de legislatura, trazer de volta o cargo de premiere... Gente, respirem!

A base é o sistema eleitoral, neste quesito, tudo que for dito, tudo que for proposto já surgirá "meio torto". Se defende partidos, mas não se cria concorrência. Se defende carto de Premiere, mas num cenário onde uma pessoa pode se eleger apenas com o próprio voto, e isso não e´democracia. Nem de longe.

Então, primeiro, eu sugiro, corrijamos o sistema eleitoral. Primeiro, construamos um modelo verdadeiramente democrático. Primeiro arquitetamos um modelo que incentive e permita a concorrência. Daí então, falamos de cargos, de eleições diretas, de agenda, de tempo de duração...

Precisamos começar a nos estruturarmos, a gente sempre pecou nisso, vamos criando e criando e levando, e progredindo, mas não paramos para respirar e ver a quantas anda nossas bases. A minha sugestão então é: respiremos, corrigir primeiro o sistema eleitoral e seu modelo pois, tudo, tudo que for relacionado não deve surgir sobre uma base tão frágil.

Tem gente falando em organização partidária, e dar mais tempo pra organização partidária, mas nestes últimos meses nós não tivemos nada.

Nestas últimas semanas com assuntos polêmicos, também nada, ao menos público, no tramite partidário.

Nós estamos desmontando toda uma estrutura pra colocar outra no lugar mas continuamos usando o mesmo material. O resultado não poderia ser mais óbvio...

Eu pretendia não mais postar nestes tópicos devido o fim das consultas, mas creio que seja válido continuar conversando sobre o tema.

A proposta é de uma discussão a partir de uma constatação quase [se não] generalizada de que nossa política vai mal. Como sabemos, a atividade político-partidária e e deve ser uma iniciativa particular. Entretanto, cabe aos órgãos do Estado organizar e estimular o envolvimento de todos.

Hoje nossos dois partidos ativos (ND e PNPI) praticamente limitam-se a manifestar-se quando há convocação de eleições. Não vemos um debate promovido por um partido, uma nota em nome do partido, uma bandeira defendida pelo partido. Nossos partidos estão sufocados em sucessivas eleições e muitas vezes vemos que os candidatos nem gostaria de concorrer, mas fazem para cumprir o rito na falta de interessados.

A parte que compete ao Senado nós temos feito:

1- Identificar problemas: Sei que é subjetivo, cada pessoa vê de uma forma e tem uma prioridade;
2- Buscar soluções: não existe solução simples para problemas complexos, temos refletido e discutido muito sobre cada decisão e suas consequências;
3- Estimular o envolvimento popular: Esperamos que este interesse político que vimos nas últimas semanas e esses debates persistam. Que sejam organizados pelos partidos e gerem mobilização política, apoio e oposição.

Os partidos ganham muito com esse calendário fixo de duas eleições. Pois sabendo a data da convocação do pleito poderão fazer suas convenções, definir plataformas, candidatos e coligações. Para chegarem à campanha prontos para o enfrentamento de ideias e não um debate morno e apressado.

A estrutura política está sendo reformada, as duas consultas públicas revelaram que o povo está atento à política, agora precisamos do engajamento de todos e do envolvimento dos partidos existentes e dos que poderão surgir.

Concordo com meus irmãos italianos que precisamos realmente reformar muitas coisas em nossa política e não somente em nosso sistema eleitoral. É urgente a necessidade de reformas e elas realmente precisam ser iniciados pela consciência popular de que todos precisam se envolver politicamente de forma consciente e caridosa respeitando de fato as divergências de pensamento e posturas políticas. Defendo que devemos respeitar o mandato dos senadores por nós eleitos e não somente cobrarmos eficiência no trato para com nosso legislativo mas também apoiá-los nas causas por eles levantadas. Não de forma passiva. Mas ativamente através de discussões a cercas das mesmas. Por uma Itália verdadeiramente unida que a todos respeita em uma convivência fraterna!