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AAH Itália e Sicília na Antiguidade

  • Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
  • Avatar de Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena) Autor do Tópico
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15 Jan 2013 00:09 #17643 por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
Respondido por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena) no tópico AAH Itália e Sicília na Antiguidade
Sim, e neste caso, vai além da repetição, é uma continuidade de culto. Especificamente nesse caso que eu citei, existe uma igreja católica em Bitalemi, uma área que fica do outro lado do rio Gelas, próximo a cidade de Gela. A igreja foi construída exatamente no mesmo lugar onde existia um santuário dedicado a Deméter na Antiguidade.
Na década de 1960 foi feito um estudo etnográfico sobre as práticas religiosas na igreja; e se constatou que essas práticas são muito semelhantes às das Thesmofórias (um festival de Deméter): apenas as mulheres casadas participam; todas se juntam no interior da igreja com as portas fechadas; fazem refeições juntas; pedem proteção para os filhos e para as mulheres grávidas e querem engravidar (Deméter Kourothrophos - a nutridora de jovens).
É um caso fantástico de permanência de culto. E que tem vários paralelos por toda a Sicília e Itália, como em Maddona dell'Alemanna, no interior de Gela, no antigo santuário de Hera em Metaponto...

Aí fica a questão: não é apenas uma permanência sem sentido. Todo esse conjunto de práticas é constantemente reatualizado... forma um híbrido de práticas antigas, novos aportes...

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15 Jan 2013 00:47 #17645 por Giuseppe Umbrio (giuseppe)
Respondido por Giuseppe Umbrio (giuseppe) no tópico AAH Itália e Sicília na Antiguidade
Um fascinante projeto que tenho acompnhado e que assim farei com assiduidade, parabens Sr Danilo

Giuseppe Umbrio
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Cavaliere della Ordine della Ordine di Atividad
Imortale
Os seguintes usuário(s) disseram Obrigado: Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)

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  • Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
  • Avatar de Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena) Autor do Tópico
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17 Jan 2013 07:27 - 17 Jan 2013 07:28 #17700 por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
Respondido por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena) no tópico AAH Itália e Sicília na Antiguidade
Academia de Arqueologia e História da Itália e da Sicília na Antiguidade
Francesco III Pellegrini



Palestra de Donald Kagan, historiador e arqueólogo, professor na Universidade de Yale; sobre o processo de fundações de cidades gregas pelo Mediterrâneo, inclusive no sul da Itália e na Sicília.

Fiquem à vontade para comentar, questionar, etc... por aqui mesmo. Que este seja um espaço de debates, trocas de idéias e aprendizado. Um espaço de interação, acima de tudo.

Att.
Last edit: 17 Jan 2013 07:28 by Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena).

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18 Jan 2013 01:31 #17704 por Líryan Umbria (liryan)
Respondido por Líryan Umbria (liryan) no tópico AAH Itália e Sicília na Antiguidade
Então...

Uma questão em que comecei a pensar foi: de quem se tratava este povo grego que sai em busca de novas terras? No sentido de: seriam marginalizados em sua sociedade? Seriam pessoas que não se enquadravam nas crenças locais? Seriam pessoas ávidas por novidades? Seriam pessoas apenas em busca de novas terras por não a possuírem na Grécia e que também consideravam o comércio como forma de melhorar suas condições?

E então, eu chego no ponto onde, qualquer que seja a pergunta, existe uma resposta “genérica”, que é o fato de serem pessoas descontentes com a Grécia. Pessoas descontentes com sua terra natal e com suas tradições ancestrais a ponto deste descontentamento vencer o medo do mar. E então me surge a dúvida: quem eram os gregos descontentes com a Grécia?

Muito interessante a observação sobre a diferença entre a apoikia e a colonização, que me veio como uma observação sobre a postura aparentemente pacifista destes gregos. Reforçando a ciosa das “pessoas descontentes”. Pois foge a ser um movimento Estatal ou um movimento de senhores que busca ampliar seus domínios, e passa a “casar” com a idéia de pessoas que buscam procurar um outro lugar para viver suas vidas, ou tentar vive-las.

Curioso, o Oráculo de Delfos não era assim tão diferente do Google, afinal.

A relação da apoikia com a Cidade-Mãe, em fez pensar que, ainda que existisse um descontentamento (supondo ainda nesta linha) a ponto de motivar a partida dos gregos em busca de outras terras, estes gregos não eram, e não poderiam, ser “mal quistos” na Grécia. Então, me parece, que haveria um consenso sobre o fato de existirem pessoas descontentes, e de que não haveria como elas “prosperarem” em suas cidades-mãe. E isso poderia levar a esta relação amistosa.

Interessante, também, como o comércio passa a assumir uma posição de destaque sobre a apoikia. E a troca de elementos das localidades, seja da cidade criada em terras distantes, seja da cidade-mãe. Isso, para mim, formou um passo de comércio consigo mesmo (falando do povo) sem buscar intervir, ou sem buscar intervir desastrosamente ou significativamente, na cultura dominante de outras terras que eventualmente possuíam outros materiais que poderiam ser enviados à cidade-mãe.

Neste ponto o “desgosto” que visualizei inicialmente perde um pouco as forças, sem desaparecer. Já que me parece complicado ver que esta maior parte de pessoas que se lançavam à jornada de construir uma cidade em pontos distantes seria formada por pessoas contentes e bem assentadas em suas cidades. Mas passa a existir uma “troca” em grande aspecto que permitia um favorecimento das duas partes.

Bom, estas são minhas considerações e dúvidas que forma surgindo ao logo do que assistia a palestra. Deixo-as aqui.

Excelente postagem! Espero que próximas venham!

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  • Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
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19 Jan 2013 04:50 #17723 por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena)
Respondido por Danilo d'Ausburgo-Lorena (Danilo d'Ausburgo-Lorena) no tópico AAH Itália e Sicília na Antiguidade
Essa questão das 'motivações' do movimento "colonial" é parte de um debate que já dura décadas. Em linhas gerais, não dá pra falar em motivações únicas, assim como não dá pra falar em tipos únicos de fundações.
Podem ser motivações: grupos aristocráticos insatisfeitos com as transformações que vinham ocorrendo na Grécia balcânica (ascensão das tiranias, democracias - e decorrente perda de poder das aristocracias); assim, muitos podem ter deixado suas cidades para fundar outras, onde passariam a ter poder. Também grupos envolvidos em lutas civis (stasis). Problemas de superpopulação em outras...

Tipos de cidades-mãe, tipos de contingentes = tipos diferentes de novas cidades (apoikias). Assim como, um tipo de cidade não exclui que ao mesmo tempo ela tivesse outras características...
Mas como você bem percebeu, geralmente - apesar de nem sempre, é difícil generalizar a este ponto - os contingentes eram formados por pessoas descontentes, de alguma forma, com a Grécia balcânica. O que não significa uma ruptura, como você acabou percebendo.

A fundação de uma nova cidade era um ato oficial, efetivado por um oikista - um fundador que era confirmado pelo oráculo de Delfos - e que fundava a cidade através da "transferência dos cultos" da cidade-mãe para a apoikia. Em outras palavras, se pensarmos no papel central da religião na pólis (ela é essencial na definição da cidadania), ao transferir os cultos, transfere-se também o estatuto de cidadão dos indivíduos, assim como a legitimidade da apoikia enquanto pólis (reconhecida por Delfos e, logo, pelas demais cidades gregas). A nova cidade não era uma desertora, mas uma continuação, uma extensão do mundo grego em novos territórios.

Essa relação entre cidade-mãe e apoikia era estritamente afetiva, sentimental - já que religiosa.

A questão das trocas tem que ser vista com cuidado. As cidades não eram fundadas PARA servirem de escoadouro de produção e nem para fornecer matéria prima para a cidade-mãe. É por isso que evitamos, hoje, o termo 'colonização'. Pq uma colônia tem essas funções, se pensarmos na colonização moderna. E as apoikias não funcionavam assim. Elas existiam por si e para si; o comércio que existia com a Grécia era um comércio de abastecimento, só. E, naturalmente, se fazia com as cidades com as quais existiam mais afinidades, no caso, a cidade-mãe. Siracusa comercializou muito com Corinto (sua cidade-mãe), mas outras cidades trocavam com Corinto, inclusive cidades ródio-cretenses, como Gela e Agrigento.
As relações com as populações não gregas desses territórios é outro capítulo, extenso e muito interessante... existia interesse nos bens dessas populações, mas também no envio de bens para eles (especialmente bens de luxo para as elites locais), assim como num certo 'controle' para uso das terras para cultivo (e no uso da mão de obra deles para agricultura).

Enfim... gostei do seu comentário. Era isso que eu esperava. Suscitar debates... afinal, os gregos deixaram muito na Sicília e na Itália, deixaram muito para os romanos, e adiante...

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