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O ANCIÃO E O JOVEM
- LucasMedici (LucasMedici)
- Autor do Tópico
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FÁSCICULO III
Após mais uma generosa e deliciosa xícara de chá, dessa vez acompanhada de biscoitos de gengibre e hortelã recheados com frutas secas, que também foram fartamente devorados por Merlim, o velho convidou David para uma excursão de exploração pela floresta, não sem antes dar a ele uma pesada mochila para carregar acompanhado da alegação de que ele, um forte e educado rapaz, não se importaria de fazer uma gentileza a um velho. Intrigado com o possível resultado da caminhada e acompanhados de um já não tão aparentemente velho Merlim, saíram pela porta dos fundos e seguindo por uma trilha bastante estreita foram a passos não muito largos, embrenhando entre os troncos das árvores, em um caminho que David certamente jamais conhecera. Durante o percurso o simpático ancião pediu que observasse as diferenças entre as diversas árvores que encontrasse pelo caminho. Enquanto pensava percebeu por incontáveis vezes que o astuto São Bernardo os deixava para trás, ou, simplesmente, seguia um percurso totalmente diferente para em breve voltar com algo em sua boca a fim de presentear seu dono. Eram sementes, folhas, raízes, cogumelos e até mesmo pequenos caramujos e crustáceos apanhados no entorno de algum dos inúmeros riachos ou lagos pelos quais cruzaram ou em qualquer outro esconderijo cujos quais o cão demonstrava conhecer com destreza surpreendente. Ao recebê-los Alfred agradecia a gentileza feita pelo animal e os guardava na já pesada mochila explicando como Merlim fora treinada, sobretudo devido ao seu apurado faro, a fim de encontrar material para seus chás e remédios que ele preparava e eram vendidos no mercado da cidade por um velho e bom amigo comerciante.
Por volta do meio dia, David, embora jovem, já se sentia cansado e começava a duvidar da boa fé do velho e deduzia sobre a possibilidade de ter sido convidado somente para carregar a pesada bagagem. Alfred, que mesmo sendo velho ainda mantinha o vigor do inicio do percurso, percebeu tanto o cansaço quanto as dúvidas do jovem e o convidou a sentar-se em um grande tronco caído ao chão para que pudessem descansar e tomando a mochila começou a tirar dela uma infinidade de coisas que fez com que o rapaz duvidasse de que tudo aquilo coubesse nela e de como ele a tinha carregado por toda a manhã. Após algum tempo havia uma fogueira acessa e sobre ela uma base de ferro com um pequeno caldeirão de onde saia um delicioso aroma, uma simples toalha estava estendida no chão e sobre ela alguns pratos de cerâmica, bastante rústicos, onde se encontrava servido um cheiroso e belo cozido de carne com algumas desconhecidas raízes e cogumelos coletados pelo hábil animal. Sentaram-se em torno da comida e foi só nesse momento que percebeu que havia três pratos e embora tenha achado muito estranho pouco se importou com o fato de que Merlim também faria a refeição com eles. Alfred, astuto como sempre lhe fora costumeiro, disse que nada mais justo que o cão comesse com eles. Afinal fora ele próprio quem havia trazidos os ingredientes do almoço. Inclusive caçara os coelhos que tinham servido como base para o cozido. Comeram todos com bastante apetite e prazer. David percebia na comida uma imensa novidade de sabores e combinações que jamais havia provado mesmo tendo uma mãe bastante aplicada na arte de bem cozinhar. Após a refeição foi convidado a descansar enquanto Alfred recolhia tudo de volta a mochila e por sua vez também descansou. Após algum tempo David é acordado com os latidos de Merlim e continuaram a jornada e logo após um breve tempo de caminhada Alfred indaga sobre o que o jovem foi capaz de perceber nas árvores da floresta.
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- nei.bionaz (nei.bionaz)
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Quero parabenizá-lo pelo projeto. Gostei muito de suas estórias. Segue firme neste projeto cultural. Aguardo novas publicações!
Att
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- LucasMedici (LucasMedici)
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- LucasMedici (LucasMedici)
- Autor do Tópico
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FASCÍCULO IV
David pensou um pouco tentando articular as observações que havia feito durante a longa e cansativa caminhada e disse que havia percebido uma lógica bastante interessante nas árvores da floresta. Havia árvores dos mais diferentes tipos. Algumas ainda eram pequeninas mudas, recém saídas de suas sementes, bastante frágeis e que dessas, muitas não chegariam à vida adulta. Outras eram jovens bastante flexíveis extremamente suscetíveis aos mais diversos ventos, sejam eles calmos ou tormentosos, capazes de moldá-las ou, então, destruí-las. Por fim havia os grandes e imponentes espécimes adultos, alguns com dezenas de metros de altura com outros vários de largura e suas cascas grossas, capazes de protegê-las e copas surpreendentemente grandes, frondosas com sombras esplendidas que protegiam e abrigam inúmeros animais e outras plantas. Alfred ficou verdadeiramente surpreso porque mesmo tendo percebido que o jovem certamente não era como os demais de sua idade e até mesmo muito mais inteligente que muitos adultos não esperava tanto dele em um simples passeio. Sobretudo pelo cansaço da caminhada e pelo peso da grande mochila, que era um fardo que lhe fora propositalmente depositado para não somente testar a paciência do rapaz, mas para tentar tirar dele a atenção da atividade que lhe havia sido proposta.
Muito bem, meu jovem rapaz. Devo reconhecer que suas observações são extremamente pertinentes e muito úteis. No entanto, com quais sentimentos você crê que esses tipos de árvores se identificam?
David pensou, pensou e finalmente disse:
Creio que as recém nascidas arvorezinhas podem ser comparadas com a euforia. Pois elas nascem aos montes e é rápido seu desenvolvimento. Em pouco tempo deixam o estágio de sementes e passam a belíssimas mudas. Contudo, poucas são capazes de continuar os demais estágios até a vida adulta. Porque por inúmeros motivos morrem ou são devoradas. As jovens árvores, com seus caules flexíveis podem ser identificadas com a esperança e com a paixão. São belas e muito atraentes aos sentidos. Mas bastante flexíveis podendo se transformar em árvores fortes e sólidas, ou simplesmente serem quebradas e, assim, morrerem. As grandes e frondosas árvores eu as relaciono com o amor, a honra, a coragem e a gratidão. Pois assim como elas são imensas, sólidas e resistentes esses nobres sentimentos só existem quando são testados, calcados e só resistem porque realmente são autênticos, fortes e genuínos.
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- Valdinei Martins (valdineivmjo)
- Desconectado
- Muito Experiente II
É realmente muito bom ver um projeto cultural tão bem apresentado. Realmente a sua chegada ao Reino muito nos enriquece e é um prazer tê-lo por perto.
BARÃO DE POZZOMAGGIORE
Magistrado Maior
17º Presidente do Senado Real
1º Presidente di AIRI
Azionista di Lotto Micro
Diretor da Rádio Micronacional
Azionista di Bolsa de Valores e Cambio
Súdito da Coroa Italiana
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."
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