- Postagens: 3073
- Karma: 26
- Obrigados Recebidos: 1345
Edite sua assinatura
Para identificação automática em seus posts, use a assinatura do perfil. Para isso vá em Seu Perfil (menu de usuário, a direita no portal) e depois em Editar e Atualizar Perfil. Ali, na guia "Informações de Contato", ao final, há um campo de assinatura. Crie a sua e mantenha ela sempre atualizada!
Se você for um súdito da coroa, use o seguinte formato:
SEU NOME COMPLETO
Súdito da Coroa Italiana.
** Para personalizar sua assinatura, dispomos de um rápido tutorial em "Ajuda" >> "Tutorial Ilustrado", no menu principal do Portal.
Caverna Filosófica Night Pub
- Líryan Umbria (liryan)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Moderador
Poxa, muito interessante os questionamentos levantados! Esta questão “o que nos rege” em termos práticos é realmente bem interessante! Pois traz à tona não somente o conjunto de nossas ações como também o “motor motivador delas”. E talvez aqui esteja o cerne da minha crítica à educação e minha profunda implicância com as religiões (e vou me direcionar às cristãs pois é o que interessa).
Primeiro penso na “coerência”, qual é a razão da qual estou falando? Razão tem várias abordagens e significados, e eu vejo a razão como um meio e não como um fim. Vejo a razão como um meio de construir possibilidades de ações e pensamentos. Então a razão vai virar ai um “norteador” da atitude. E não pode estar separada da ética e nem estar desprezando as emoções. E ai o grande problema é que, a razão em si não basta, porém, sem ela, entra em cena a fantasia, ou crendice ou superstição.
E tudo bem ter crenças e superstições, o problema sobre isso vai surgir quando a superstição vira “motor motivador” de atitudes a serem aplicadas a ramos de conhecimento que não competem a teologia. Daí a gente pensa numa equação:
(razão x lógica) + campo de conhecimento / ética + empatia = atitude correta.
Na equação a empatia é o “conjunto emocional” que se soma a ética como balizadora para uma construção de uma atitude correta. O problema vai surgir quando “(razão x lógica)” é substituído por “fé” representação máxima das crendices, superstições, e moral religiosa.
Então razão sozinha não resolve nada, pois é um meio, um elemento da equação, mas sem ela, todo o produto da equação estará condenado, pois se partirá de um princípio subjetivo que desvirtua o campo de conhecimento e quebra a ética + empatia em nome de moral. E ai a gente chega na equação atual que produz nossa sociedade. E não é preciso entrar em detalhes né, sobre nossa sociedade.
Excelente debate!
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Líryan Umbria (liryan)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Moderador
- Postagens: 3073
- Karma: 26
- Obrigados Recebidos: 1345
Especialmente nestes últimos meses tem-se evidenciado de forma bastante clara a capacidade do brasileiro em validar seus atos a partir do ato em si. Sabemos que o conhecimento técnico do brasileiro sobre ética, questões humanitárias, empatia e caráter, é medíocre. Não apresentando nenhum conhecimento técnico sobre ética o brasileiro em geral tende a crer, e defender, que “tem caráter” por “trabalhar e pagar as contas”. Trabalhar e pagar contas é uma relação social que qualquer bandido cumpre. Qualquer pedófilo, estuprador, assassino, trabalha e paga contas. O trabalho pode, inclusive não ser lícito, as contas podem não serem pagas de forma integral, mas a relação social existe, em quaisquer monstros da nossa sociedade, não possuindo nenhuma projeção sobre o caráter do indivíduo.
As bases da cultura coronelista, que são bases da educação e do desenvolvimento do brasileiro enquanto povo, traz em si a ideia, presente no conceito estrutural de “masculinidade tóxica”, de que, especialmente o “homem dá casa” está sempre “certo”. Os ditames, ou as ordens, dos “machos alfa” de uma determinada família ou grupo, estão sempre certos. O que encontra respaldo no pensamento militar da aceitação da ordem: a ordem dada é aceita como ordem correta a ser seguida simplesmente por ter sido “ordem dada”. Nos lares a palavra do “homem da casa”, assim como sua vontade, sobressai a qualquer outra coisa, por ser “a palavra do homem.”
De muitas formas isso vai se relacionar com a banalidade do mal exposto por Hannah Arendt, e a abdicação da capacidade de pensar que ela também expõe em seu pensamento. E constrói este fenômeno onde uma ordem basta, por ter sido dada. Aqui o brasileiro incorpora este fenômeno como a validação de seus atos a partir dos atos em si. Em outras palavras: "se eu faço é certo, pois eu faço" ou, “fiz, então é correto fazer”, ainda “se falei para fazer, que se faça”. O ato, então, independente do que quer que seja, é validado por si! Um fenômeno curioso onde a atrocidade se valida por sua própria realização! A validade de um ato hediondo está no próprio ato hediondo!
Este pensamento, estruturado e presente na sociedade, serve de base para solidificar uma cultura de abusos, ódios, cultura do estupro, masculinidade tóxica, entre outras, por trazer validação às atitudes a partir delas mesmas. Matou-se uma família em nome da masculinidade tóxica e de uma cultura de abusos à mulher, e se validou estas mortes a partir das mortes em si: “sim, ele matou, eu também faria isso” ou “ele o fez, e portanto é certo”.
Aqui uma projeção da crítica de Arendt, onde vemos um soldado abdicar de sua humanidade e capacidade de pensar, para cumprir cegamente a ordem. Neste contexto o “homem que se valida” ao mesmo tempo abdica da humanidade para cumprir uma ordem que ele mesmo se deu, e valida esta ordem por ele a ter realizado. Talvez um dos aspectos mais claros da profundidade dos problemas mentais do brasileiro se apresente neste fenômeno. “Eu fiz, então é correto fazer”, dentro de uma cultura sem nenhum conhecimento ético, humano, empático... vem apresentar uma cultura de violências que não possui limites.
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Líryan Umbria (liryan)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Moderador
- Postagens: 3073
- Karma: 26
- Obrigados Recebidos: 1345
Sabem, uma coisa que me ocorreu há uns dias, pois estou trabalhando política com meus alunos e cheguei a falar de micronacionalismo e tal. Então vendo o descaso dos alunos com política em si, eu fiquei pensando nas formas de divulgação do micronacionalismo. Sempre nos propagamos como uma atividade política, e efetivamente é o que somos. Mas política está em tudo, de muitas formas... Então fiquei pensando se não seria uma estratégia melhor abordar a propagação do micronacionalismo a partir de suas possibilidades culturais e sociais, afim de atrair novados e depois deixar que se insiram na política sabe.
O que me dizem disso?
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Kelvin Teixeira Bionaz (kelvintcosta)
- Desconectado
- Experiente II
- Postagens: 83
- Obrigados Recebidos: 87
Kelvin Teixeira Bionaz
"Glória ao Reino da Itália"
Súdito da Coroa Italiana
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Líryan Umbria (liryan)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Moderador
- Postagens: 3073
- Karma: 26
- Obrigados Recebidos: 1345
Talvez, propagar o micro, também, como um hobbie cultural, pudesse ser uma estratégia para buscar pessoas que possam se interessar por RPG, não se interessem tanto por política, mas possam contribuir bastante no sentido de giro econômico, produção cultural e tudo. Sei que já temos isso, e já temos esta "proposta implícita", a ideia em termos de estratégia é explicitar para ver se atrae-se perfis diferentes de pessoas que possam a vir se tornar micronacionalistas.
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.