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Caverna Filosófica Night Pub
- Líryan Umbria (liryan)
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O grande problema destes "contratos sociais" que permeiam também os relacionamentos familiares é que, são contratos estabelecidos sem diálogo, sem debates entre as partes e baseados em questões e aspirações subjetivas ou desejos íntimos, que, se supõe, a outra parte "conhece e respeitará". Aqui também temos uma das falências dos relacionamentos que parte de estruturas supostas e idealizadas, não se construindo a partir de diálogo lógico e racional.
É literalmente a situação de: eu imagino, e assim desejo, e quando vejo meu desejo desandar a partir da não concretização de minha imaginação declaro culpa e guerra ao outro (que por sua vez imaginou e desejou o mesmo). Eu sempre ataco a religião (é meu trabalho ético) e aqui também temos a mancha religiosa que vende, literalmente vende, uma noção fechada de como é "um casamento" e de como ele se constitui e isso vem historicamente se construíndo sem diálogo entre as partes mas com contratos firmados.
As pessoas não dialogam em inícios de relacionamento e nem em suas construções, firam os contratos e vão seguindo idealizando os fins.
Sobre Lilith, só amo! rs
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- Antonella Menucci Umbrio (antonellam)
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Nossa composição como seres é mais complexa do que nossa consciência pode entender, teóricos como Jung e Kant dissertaram sobre isso, este ultimo aliás fez tem uma excelente obra a respeito daquilo que adquirimos, como valores, sem que de fato tenhamos que receber verbalmente. O certo e errado, a noção de decência, por exemplo, são coisas que aprendemos de uma maneira que não é nem de perto consciente
Penso, no entanto, que o amadurecimento de um senso crítico faz-nos questionar hábito, imaginar alternativas, transcender a repetição pela repetição. Neste aspecto gosto de uma fala do filósofo John Gay:
"Nossas mentes não são nem receptáculos passivos de dados sensoriais nem espelhos para refletir as necessidades do mundo: elas são forças criadoras, que impõem ordem a um caos primordial por meio de um conjunto de categorias que lhe são inerentes."
Acho que saí um pouco do eixo central da discussão... entretanto o ponto a que queria chegar é que: concordo que relacionamentos não são modelos fechados, um mesmo modelo não pode atender a todos os indivíduos, afinal temos configurações diferentes, necessidades singulares. Por isso creio sim que toda forma de relacionamento deve ser considerada. Ainda que me apegue ao modelo monogâmico, posso sim crer que mesmo o poliamor é válido se todas as partes estão em comum acordo. Creio portanto que como um contrato social, todo relacionamento baseia-se no acordo entre as partes, refuto no entanto aqueles que tem como base uma unilateralidade, onde apenas o prazer e o bem estar de um dos envolvidos está como prioridade. Assim nascem abusos, violência e toda forma de crueldade...
Bem, creio que fui prolixa, espero ter contribuído. Gostei muito deste espaço e da maneira como ele se dá.
Procuradora Geral do Reino da Itália
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- Kellyson Ferreira (Kellyson)
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Penso logo filosofo.
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- Líryan Umbria (liryan)
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Penso logo filosofo."
Neste ponto eu "adapto" Sartre: existo, logo tenho a possibilidade de pensar, a sociedade tenta me impedir de pensar, e importante é o quanto eu consigo construir pensamentos sobre isso. rs
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- Antonella Menucci Umbrio (antonellam)
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Ela baseia-se num trecho da obra do filósofo John Grey
Referência: GRAY, John. A anatomia de Gray. Rio de Janeiro: Record, 2011
Desta cito:
"A presunção da razão é parte da comédia humana." (Gray. p.9)
"As miríades de projetos do racionalismo moderno... fracassam ante o fato embaraçoso de que a razão consciente não é a mãe da ordem na vida no espírito, porém mais precisamente sua humilde enteada." (Gray, p.144)
Suscito a seguinte questão:
Vivemos em um mundo em que a razão é posta como o o cerne do arbítrio humano, contudo quanto de nossas vidas realmente é regido por ela? Tornando mais clara minha questão: somos fruto, no conjunto de nossas ações, de nossa razão ou da soma de nossas paixões e impulsos?
Relembro que para Platão a busca da felicidade era impossível se o indivíduo permitia que sua existência fosse guiada pelas paixões. Ele acreditava que elas sempre levariam o homem por caminhos contraditórios, violentos e consequentemente de arrependimentos e infelicidade.
Isto, no entanto não é uma unanimidade, Nietzsche pensava que a filosofia clássica queria tirar a humanidade da humanidade com sua imposição de um império da razão. O filósofo alemão cria que as paixões fazem parte de quem somos, cria não na razão como o cerne do arbítrio, mas a vontade de poder, para ele esta era a essência da própria vida.
Cito ainda Agostinho de Hipona, que ao abordar o tema, concluiu que a infelicidade advém da ideia do apego da alma humana aquilo que é perecível, subjugada por sua limitação aos sentidos, que aqui podemos tomar como paixões. Contudo deste apego provém o caminho da infelicidade, pois por mais que fuja desta ideia, a consciência do fim encaminha este mesmo espírito a infelicidade.
Para mim é impossível desassociar a razão e a paixão, pois por mais que a primeira nos mostre aquilo que é sensato, a segunda é nosso combustível, aquilo que podemos vulgarmente chamar de "tesão", aquilo que não nos faz autômatos, que nos impele a sacrifícios e a ir contra aquilo que é para o consenso social ilógico. Por certo é argumentável que estas também impelem a humanidade a suas maiores atrocidades. Concordando com John Gray, que citei a princípio, creio que a maior parte daquilo que fazemos ao reger nossas própria existências é fruto muito mais daquilo que sentimos, do que daquilo que racionalmente consideramos.
E vocês, caros companheiros de Pub, o que pensam a este respeito?
Aguardo suas opiniões enquanto abro uma nova garrafa de vinho.
Grata por aqueles que dedicarem alguns minutos a esta reflexão.
Procuradora Geral do Reino da Itália
Advogada
Súdito da Coroa Italiana
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